13.05.2025

Genebra, 13 de maio – No mundo todo, 308 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária em 73 países — um número que continua a crescer diante do aumento de conflitos, das mudanças climáticas, da insegurança alimentar e de surtos de doenças.

Mulheres e meninas são desproporcionalmente afetadas pelas crises, sofrendo com mortes evitáveis relacionadas à gravidez, desnutrição e altas taxas de violência sexual. Apesar do aumento das necessidades, o sistema humanitário enfrenta uma grave crise de financiamento, com cortes que ameaçam serviços essenciais e salvadores de vidas para mulheres e meninas.

A ONU Mulheres lançou hoje seu novo relatório At a Breaking Point: The Impact of Foreign Aid Cuts on Women’s Organizations in Humanitarian Crises Worldwide (No limite: O impacto dos cortes na ajuda internacional sobre organizações de mulheres em crises humanitárias no mundo todo – em tradução livre). Com base em uma pesquisa global rápida feita com 411 organizações lideradas por mulheres ou de direitos das mulheres, atuando em 44 contextos de crise, o relatório revela que 90% das organizações pesquisadas foram atingidas por cortes no financiamento.

“A situação é crítica. Mulheres e meninas simplesmente não podem se dar ao luxo de perder as redes de apoio que as organizações de mulheres oferecem. Apesar de atuarem como provedoras essenciais, defensoras e fiscalizadoras, essas organizações sempre enfrentaram subfinanciamento — mesmo antes da recente onda de cortes. Apoiar e financiar essas organizações não é apenas uma questão de igualdade e direitos, mas também uma necessidade estratégica”, afirmou Sofia Calltorp, chefe da Ação Humanitária da ONU Mulheres.

A drástica redução no financiamento está levando muitas organizações ao limite, e quase metade (47%) espera encerrar as atividades nos próximos seis meses se os níveis atuais de financiamento persistirem. Um número alarmante de 51% já foi forçado a suspender programas — incluindo aqueles voltados ao apoio a sobreviventes de violência baseada em gênero ou que garantem acesso essencial à proteção, meios de subsistência, transferências de dinheiro e cuidados de saúde. Quase três quartos (72%) relataram ter sido forçadas a demitir pessoal — muitas em grande escala.

Em meio a desafios crescentes, as organizações de mulheres seguem firmes — liderando com coragem, defendendo suas comunidades e reconstruindo vidas com resiliência e determinação. A ONU Mulheres se mantém ao lado dessas organizações no mundo todo, ecoando seu apelo urgente por financiamento contínuo. Essas organizações são pilares da nossa resposta humanitária coletiva — promovendo mudanças, oferecendo esperança e prestando apoio essencial a mulheres, meninas e suas comunidades nas crises mais severas do planeta.

Saiba mais sobre como apoiar as organizações de mulheres.